Era início do século XVI quando surgiu um núcleo
populacional às margens do rio Curimataú,
resultado da instalação de uma hospedaria pertencente aos primeiros moradores
que ali chegaram. Essa hospedaria destinava-se ao descanso dos boiadeiros,
vindos da Paraíba
e de Pernambuco,
quando passavam pela região com seus rebanhos. O crescimento da povoação foi
aumentando, quando foram fixadas moradias por muitos boiadeiros que por ali
passavam.
No início o povoado foi chamado de Urtigal,
devido à quantidade de urtigas existentes no local, segundo historiadores. Logo
depois seu nome foi mudado para Anta Esfolada, em virtude de alguns
fatos ocorridos na localidade, contados pelo historiador Manoel Dantas, que
diz:
“Existia no território uma anta com espírito
maligno. Em determinado dia um astuto caçador conseguiu prender o animal numa
armadilha. Na ânsia de tirar o feitiço da anta, o caçador partiu para esfolar
o animal vivo. Mas logo no primeiro talho a anta conseguiu escapar, deixando
para trás sua pele e penetrando mata adentro"
|
Tornando-se o terror daquelas paragens e sem que o
povoado conhecesse outra denominação, continuava sendo chamado de Anta
Esfolada, até que um missionário conhecedor de artes diabólicas e exorcismo,
percebendo que o demônio fazia mal àquela terra, através do corpo da anta,
adquiriu galhos de inharé vindos de Santa Cruz, fez uma cruz e fincou no ponto
mais alto da vereda por onde o animal costumava passar.
O animal não mais apareceu e o povoado foi
denominado definitivamente de Nova Cruz, e no dia 15 de março de 1852, pela Lei
Provincial nº 245, foi criado o município de Nova Cruz, que só recebeu foros de
cidade em 3 de dezembro de 1919.
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